Polícia Federal indicia 63 pessoas investigadas pela Operação Carne Fraca. Juiz aceita denúncia e 59 viram réus

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Atualizado 26/04, às 20h40.

O juiz federal Marcos Josegrei da Silva levou para o banco dos réus 59 investigados da Operação Carne Fraca, que aponta corrupção e fraudes envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura e empresários e funcionários de frigoríficos e empresas de carnes processadas, segundo notícia do portal Estadao.com, na terça-feira (25/4). 

Josegrei aceitou nesta data, as cinco denúncias criminais apresentadas pelo Ministério Público Federal, na semana passada. Dos 59 alvos agora réus em ações penais, 24 estão presos preventivamente.

 

O inquérito policial da superintendência da PF no Paraná, encaminhado no sábado (15/4) à Justiça Federal do Paraná, apontou que existem provas e indícios suficientes de cometimento de várias infrações previstas no Código Pena como crimes de corrupção, concussão, prevaricação, formação de organização criminosa e crime contra a saúde pública.

Confira abaixo, matéria da Agência Brasil que o Diário Verde repercute. 

 

Os alvos são funcionários do Ministério da Agriculgura em Curitiba (PR) e Londrina (PR) e em Goiás, donos de frigoríficos e empresas de alimentos processados e executivos, dentre eles, integrantes da  JBS e da BRF.

O relatório parcial do caso foi entregue neste sábado pelo delegado Maurício Grillo Moscardi, para o juiz federal Marcos Josegrei da Silva.

Os indiciados deverão responder pelos crimes de advocacia administrativa, concussão, corrupção passiva, crime contra a ordem econômica, emprego de processo proibido ou de substância não permitida, falsidade de atestado médico, falsidade, corrupção, adulteração de substância ou produtos alimentícios, organização criminosa, peculato, prevaricação, uso de documento falso e violação de sigilo funcional.

Entre os indiciados estão agentes de inspeção sanitária, fiscais agropecuários federais, chefes de unidades de inspeção, proprietários e funcionários de frigoríficos e representantes regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Organização criminosa no Ministério da Agricultura

Ainda segundo o relatório, foram indiciados somente os investigados que foram presos preventivamente. Ainda há fatos em apuração que poderão resultar no indiciamento de outros investigados soltos, mas que estão ligados às condutas analisadas.

De acordo com o relatório da PF, “os indícios e provas colhidos ao longo da Operação permitem concluir pela existência de uma organização criminosa atuante dentro da estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tanto no Estado do Paraná como em outros Estados, há fortes evidências das mesmas práticas nefastas pelo menos nos estados de Goiás e Minas Gerais”, diz trecho do documento.

A operação Carne Fraca foi deflagrada em 17 de março com o objetivo de apurar prática de crimes de corrução por agentes públicos responsáveis pelo trabalho de fiscalização e controle da qualidade e segurança alimentar de produtos agropecuários.

Segundo a PF, fiscais agropecuários recebiam propina de empresas para liberar a emissão de certificados sanitários sem a fiscalização efetiva da carne. A partir da troca de favores entre empresários e os fiscais, o esquema permitia a comercialização de produtos com várias irregularidades, como prazo de validade vencido e uso de substâncias para adulterar a qualidade da carne.

Ao todo, foram expedidos na Operação Carne Fraca 27 mandados judiciais de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão. Ao todo, 21 frigoríficos são investigados na operação. Além disso, o Ministério da Agricultura afastou 33 fiscais de suas atividades. O processo tramita sob sigilo na 14ª Vara Federal, em Curitiba.

Fonte: EBC/Agência Brasil

Mesmo com a operação da PF, exportações de carne bovina aumentaram em receita e volume

Apesar da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março, o faturamento das exportações de carne bovina no mês aumentou 22% e o volume vendido, 20%, na comparação com fevereiro.

Os dados foram divulgados dia 11/4  pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Na comparação com março do passado, no entanto, houve queda de 3% no faturamento.

Mais informações: EBC/Agência Brasil