Atualizado em 1º maio 2019, 18h40
O Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável é uma instituição representativa constituída com a finalidade de atender os interesses da cadeia produtiva de produtos orgânicos e sustentáveis.
O objetivo principal do Organics Brasil é estimular o comércio internacional de produtos orgânicos, através de feiras internacionais, eventos, rodadas de negócios, visitas dirigidas e demais ações promocionais.
A entidade congrega mais de 60 empresas, que oferecem mais de 1.000 produtos criados nos 6 biomas nacionais em respeito aos princípios, valores e melhores práticas orgânicas, cujos negócios movimentaram US$ 180 milhões em 2018.
O conselho acredita que quem produz, comercializa e consome produtos orgânicos e sustentáveis, também crê que as boas práticas ajudam a construir um mundo cada vez melhor, valorizando a saúde, o meio ambiente e a responsabilidade social.
Criado em 2005 a partir de uma iniciativa da Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – e implementado através de um convênio com o IPD – Instituto de Promoção do Desenvolvimento.
Organics Brasil promove empresas associadas no exterior, ajudando-os a participar das principais feiras internacionais de orgânicos, como a Biofach, na Alemanha e a ExpoWest, nos Estados Unidos.
As imagens são do fotógrafo Zic Koch
Diversidade e exuberância dos biomas brasileiros
País de grande biodiversidade, o Brasil é um dos patrimônios ambientais mais importantes do mundo. Quase 20% das espécies naturais encontram-se em um dos 6 biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa. De aspectos variados e ricos, com inúmeras espécies unicamente encontradas em suas regiões, o Brasil é visto como um dos países mais associados à natureza e à necessidade de preservação sustentável.
Neste cenário, o programa Organics Brasil associa a imagem rica e diversificada de seus biomas, porque os produtos brasileiros orgânicos e agroecológicos guardam uma proximidade muito importante com sua região, contribuindo para a inserção econômica sociossustentável de produtores diversos, através das parcerias e acordos de negócios internacionais.
Amazônia: o bioma de maior diversidade mundial
O bioma amazônico é formado por distintos ecossistemas: floresta tropical, florestas e campos inundados, prados, áreas de pastagem, refúgios montanhosos e formações pioneiras.
Guaraná, cupuaçú, açaí, castanha do Pará, andiroba são apenas alguns dos muitos produtos que a vasta reserva amazônica apresenta. Trata-se de um bioma, assim como outros, com grande potencial para a produção sustentável. Um dos exemplos mais conhecidos desta relação proveitosa entre o bioma e a indústria das mais sofisticadas pode ser encontrado no famoso perfume Chanel Nº 5, que recebe parte de sua matéria-prima de uma árvore da região, o pau rosa.
A riqueza da região, com aplicações nos mais diversos setores e benefícios amplos de saúde e sustentabilidade são quase inesgotáveis. Frutos como buriti, pupunha, tucumã, marimari e outros apresentam algumas das mais altas concentrações de carotenoides. Somente nos últimos anos é que grande parte desse patrimônio ambiental começou a ser mais conhecida pelos consumidores no Brasil e no mundo.
Cerrado: a impressionante expansão da agricultura brasileira
O cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, formado essencialmente por uma formação típica das savanas, com arbustos baixos em áreas de gramíneas e vegetação rasteira. Este bioma é considerado um dos mais férteis para a agricultura e excelente também para a criação de gado, onde coexistem simultaneamente grandes e pequenos projetos de produção sustentável.
Duas estações bem definidas caracterizam o cerrado: inverno seco e verão chuvoso. No bioma vivem muitas espécies de vida animal selvagem, de beleza exuberante. No cerrado é bastante característica também a formação de platôs e baixadas, relevo típico das regiões centrais do Brasil.
Espécies regionais de grande potencial tanto extrativista como para produção industrial são o pequi, baru, mangaba, cagaita, buriti, jatobá, cajuí, arnica, mama-cadela, faveira, gueroba, murici e palmeiras, entre outras árvores. Nos cocais são importantes a carnaúba, o babaçu e o buriti. O capim dourado é usado para artesanato de grande sofisticação, com influência indígena.
Caatinga: bioma exclusivo do Brasil
A Caatinga consiste principalmente de terras semiáridas, formadas por espécies vegetais resistentes a climas de baixa umidade e à chuvas desigualmente distribuídas. Região rica em fruticultura, ervas medicinais, aromáticas e plantas fibrosas como babaçu e bacurizeiro.
O bioma é muito favorável à criação de espécies nativas de abelha, produzindo mel dos mais apreciados e ricos do mundo, sendo a polinização decorrente um elemento crítico para a regulação do ecossistema.
O tipo de solo favorece também o desenvolvimento de frutas fortemente aromáticas. A produção é concentrada em pequenas propriedades de agricultura familiar, normalmente congregadas em ajuntamentos cooperativos. A figura central desse bioma é o sertanejo, com uma cultura rica e típica da região.
Mata Atlântica: o bioma mais populoso do Brasil
A mata atlântica acompanha toda a costa brasileira, ao longo de dezessete estados. Por esta razão, trata-se de um bioma com grandes variações de clima, solo, vegetação e vida animal. Contudo, em toda esta extensão, há elementos comuns que permeiam esta exuberante reserva de vida natural.
A mata atlântica é a região mais povoada do Brasil e, por esta razão, também, trata-se do bioma mais ameaçado, tornando imprescindíveis as ações de conservação e de políticas de sustentabilidade. Um dos bons exemplos de extrativismo sustentável na região é a exploração de erva-mate nas regiões ao sul do Brasil.
As reservas hídricas da Mata Atlântica atendem 70% da demanda da população brasileira. De forma comum, em toda a extensão costeira, os ventos úmidos vindos do oceano exercem considerável influência.
Pantanal: a beleza que espreita o rio
O pantanal é uma formação de planícies inundadas pelas cheias do rio Paraguai, gerando um fantástico e único ecossistema. Fauna e flora de grande beleza ocupam as regiões encharcadas do sudoeste do Brasil, continuando até o Paraguai e a Bolívia.
Entre a Amazônia e o Cerrado, o Pantanal é também habitat de espécies desses dois biomas, além de apresentar espécies endêmicas, que só podem ser vistas na região. Por esta rica biodiversidade, o Pantanal é reconhecido pela Unesco como patrimônio natural da humanidade.
O bioma é propício para o desenvolvimento de produtos com vocação medicinal e variados tipos de mel, de privilegiadas características físico-químicas e sensoriais. Gado orgânico é criado pelas famílias nativas com apoio da WWF Brasil. Trata-se de um excelente exemplo da integração harmônica da atividade econômica com a cultura e o meio ambiente regional.
Pampa: os campos do sul do Brasil
No Brasil, o Pampa cobre a região sul, fazendo fronteira com áreas do Uruguai e Argentina. Com extensa formação de gramíneas, o bioma é altamente favorável à criação extensiva de gado de corte e leiteiro, com ampla gama de produtos de origem animal.
Próximo à costa ocorrem vários lagos; com destaque para o maior deles, a Lagoa dos Patos, no município de São Lourenço do Sul, segunda maior lagoa da América Latina, com 265 km de extensão. Nas regiões de campo vive o “gaúcho”, típico homem de fronteira, com forte característica cultural. Os gaúchos criam gado e reúnem-se em pequenas cidades do interior, onde é muito forte o desenvolvimento de agricultura familiar.
A região sul foi destino de grandes ondas de imigração europeia nos séculos XIX e XX, notadamente com populações originárias da Itália e Alemanha, que trouxeram sistemas novos de produção, além de culturas hoje com forte inserção local, como a vitivinicultura. Premiados e apreciados no mundo inteiro são os saborosos sucos de uva integrais e os vinhos espumantes, produtos reconhecidos por sua alta qualidade.
Fotos: Zig Koch
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Fonte: Organis Brasil