Fabricante de carne vegana estreia em Wall Street e já vale mais de US$ 1 bilhão

Pacote de salsichas vegetais, uma das carnes vegetais. Imagem: Divulgaçõa/ Beyond Meat

 

O mercado de hambúrgueres e carnes vegetais que imitam a proteína animal anda bem aquecido. Um exemplo deste cenário é o da  norte-americana Beyound Meat que fez história sendo a primeira empresa vegana que fez uma estreia surpreendente em Wall Street no dia 2/5. 

Segundo noticiário econômico, a companhia que é uma das pioneiras no segmento de hambúrgueres e carnes vegetais e que tem entre seus investidores o ator Leonardo DiCaprio e o empresário de tecnologia Bill Gates.

A Beyound Meat arrecadou com a venda de ações na Nasdaq por US$ 240 milhões, alto em torno de R$ 950 milhões.

A expectativa era tão alta, que no final da sessão, teve uma valorização de 163% no primeiro dia de negociação,ultrapassando os 65 dólares por ação. Com isso, a empresa foi avaliada em 3,8 bilhões de dólares.

A Beyond Meat terminou o dia com suas ações valendo US$ 65,75.  Otimista com o mercado, a empresa estimava começar vendendo suas ações em uma faixa de preço que vai de US$ 19,00 a US$ 21,00. Contudo, o pregão já foi iniciado com as ações da Beyond Meat valendo US$ 25,00.

Durante o dia, chegaram a US$ 46,00 com certa facilidade. A empresa esperava vender em seu primeiro dia na Nasdaq cerca de 8,75 milhões de ações. Mas fechou o pregão com 9,63 milhões de ações vendidas.

Expansão e novos produtos: hambúrgueres verdes e imitações das carnes de frango e porco

O dinheiro obtido com a venda das ações será usado para investir na expansão de sua capacidade de produção, com a abertura de novas unidades de produção. Também será destinado ao desenvolvimento de novos produtos que imitam a carne de frango e a carne de porco, além de campanhas para convencer os amantes da carne animal a mudarem para seus hambúrgueres verdes.

A empresa além de produzir hambúrgueres e salsichas, também faz preparações para imitar a carne moída da bolonhesa ou almôndegas. Para se promover, tem um grupo de atletas que chama de “embaixadores” e que fazem vídeos para explicar as vantagens de comer carne de mentira.

Nas imagens das receitas que publica em seu site, os hambúrgueres brilham e liberam sucos como se fossem um pedaço de contrafilé recém-saído da churrascaria.

A fabricante de carne vegetal já é uma ‘empresa unicórnio’ 

A valoração – “valuation“, no jargão de mercado – bilionária da companhia faz dela uma “empresa unicórnio”. O termo, cunhado pelo investidor em venture capital Aileen Lee, é usado para se referir a startups de capital fechado com valor de mercado estimado em US$ 1 bilhão ou mais.

Ainda que sejam raras – como sugere o uso do nome de um animal mítico – essas empresas têm se proliferado nos últimos anos, tendo como expoentes os aplicativos de transporte Uber e Lyft, este último de caronas, e o Pinterest.

 

A “carne de mentira”, à base de proteínas vegetais, tem grande expansão internacional. Imagem: Divulgação/Beyond Meat

 

Sangue’ de beterraba no  hamburguer 

Criada em 2009 pelo empresário Ethan Brown, que até então trabalhava como desenvolvedor de células de combustível a hidrogênio, a empresa produz hambúrgueres, salsichas e “iscas de frango” a partir de proteína vegetal. Elas são formuladas para simular o gosto, a textura e a aparência de carne bovina, suína e de frango.

Até suco de beterraba é adicionado para dar ao hambúrguer uma aparência “sangrenta”. Na receita vai ainda proteína de ervilha, óleo de coco e amido de batata.

Em seu site, a Beyont Meat destaca: “Por que precisamos de animais para fabricar carne? Por que não podemos criá-la a partir de vegetais? Acontece que nós podemos, sim. E foi o que fizemos.”

 

Ethan Brown trabalhava com células de combustível de hidrogênio antes de decidir se dedicar ao mercado de alimentos veganos. Foto: Beyound Meat

 

O Beyond Burger, carro-chefe da Beyond Meat, faria sua estreia em 350 lojas da rede de supermercados Tesco em agosto de 2018, mas a data foi postergada em três meses devido à demanda aquecida do mercado  norte-americano.

Desde então, tem enfrentado uma concorrência acirrada no mercado britânico, com cada vez mais fornecedores nas prateleiras dos supermercados, muitos dos quais também produtores de alimentos veganos.

O nicho, contudo, segue em expansão no país. Pesquisa conduzida pela Vegan Society em 2016 estima que haja cerca de 540 mil veganos no Reino Unido, contra 150 mil em 2006.

E o varejo está atento à tendência: a rede de supermercados Waitrose inaugurou uma área exclusiva para produtos veganos em mais de 130 lojas no ano passado e a Iceland registrou aumento de 10% nas vendas dessa categoria de produtos.

No Brasil, de acordo com uma pesquisa divulgada em maio 2018, 8% da população se declara vegetariana (essa foi a proporção de participantes que disse “concordar plenamente” com a afirmação “Sou vegetariano”). 

O mercado nacional para produtos veganos também tem se expandido, com número crescente de marcas disponíveis nas prateleiras – a fabricante americana, entretanto, ainda não tem planos de entrar no país.

Fonte e mais informações: BBC, El País, Exame

 

 

 

 

 

 

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