Em sua quinta participação na 14ª Bio Brazil Fair 2018, o grupo empresarial Jalles Machado, de Goiás, trouxe além da linha Itajá de açúcares e geléias orgânicos, uma ação inédita focada em responsabilidade socioambiental: a campanha#itajaporumplanetamelhor.
Diário Verde conversou com o gerente comercial Lucas Galdioli sobre as iniciativas da companhia que é uma das maiores produtoras e exportadoras de açúcar orgânico no mundo.
Atualmente o grupo comercializa para 25 países e possui o maior número de produtos certificados para diferentes mercados com o árabe, japonês, americano, dentre outros.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
DV – Qual o diferencial da marca de açúcar e geleia Itajá e o que a Jalles Machado trouxe para a 14ª Bio Brazil Fair?
Lucas Galdioli – Este ano é a nossa quinta participação e ficamos muito felizes com o novo local (Anhembi) porque percebemos a evolução e o crescimento da feira em visitantes e expositores.
Sobre os produtos da marca Itajá, trouxemos toda a nossa linha açúcares e geleias: açúcar cristal orgânico nas embalagens sachê, 500g, 1 kg, 5 kg e 25 kg; açúcar orgânico demerara; açúcar orgânico exportação; geléia sabor morango; frutas vermelhas; uva; mirtilo (blueberry) e gourmet sabor pimenta.
No caso do açúcar, atualmente comercializamos no mercado interno há pouco mais de dois anos e meio, mas já exportamos para 25 países há quase 16 anos.
Já as nossas geleias são produtos diferenciados do que existe no mercado. Enquanto as outras possuem apenas do suco da polpa da fruta, as nossas são constituídas pela própria polpa além de produzidas com açúcar Itajá. No caso específico da geleia de mirtilo é feita com a fruta inteira e não pedaços.
Nesta edição da feira nós trouxemos grandes projetos para novas linhas que lançaremos nos próximos meses – café orgânico, café em cápsula, granolas e uma série de outros produtos.
Mas a grande novidade foi a campanha “Itajá Por um Planeta Melhor”, onde apresentamos todas as ações sociais, educacionais e ambientais realizadas pela Jalles Machado (veja abaixo Sobre o Grupo).
Na Bio Brazil a ação foi convidar o visitante do nosso estande a tirar foto com placas indicativas disponibilizadas por nós, indicando qual o tipo de ação pode faze para melhorar e preservar o ambiente e o planeta.
Depois que o visitante tirar a foto, ele posta nas redes sociais marcando a hashtag# itajaporumplanetamelhor, marcando o perfil @itajaorganico e acrescentando uma frase respondendo à pergunta: “O quê você faz pelo meio ambiente?”
A vencedora da campanha foi a jovem paulistana Letícia Vitória com a frase “Prefiro os produtos orgânicos”, e foi premiada com um super kit de produtos orgânicos.
Esta foi uma forma que encontramos para divulgar o nosso trabalho com o meio ambiente, convidando o consumidor a se preocupar com o ambiente e interagir com a nossa marca.
Uma das ações ambientais da Jalles Machado é a preservação da reserva florestal de mata fechada (16 mil hectares) que fica em Cavalcante/GO, além da gestão de recursos hídricos desenvolvida a nos municípios de Goianésia-GO, Barro Alto-GO e Vila Propício-GO.
A mudança de local da Bio Brazil Fair foi ótima para nós. O estande da Jalles Machado em 30 metros mostrou nossos produtos e ações socioambientais
DV – O que vocês como expositores acharam da mudança do local da feira (Pavilhão da Bienal do Ibirapuera para o Parque de Convenções do Anhembi)?
Lucas Galdioli – Quando se cogitou mudar a localização da mostra, ficamos um pouco preocupados porque estávamos acostumados há muitos anos naquela região de fácil acesso em São Paulo. Além do fato de que o público natural e saudável já estava presente no Parque do Ibirapuera fazendo seus exercícios e naturalmente ia visitar a feira.
Mas ficamos muito satisfeitos com a mudança, porque aumentou a visitação do público em geral e no nosso estande. A organização da Bio Brazil Fair deu um show com o tamanho do espaço aqui no Anhembi, contribuindo para que as empresas usassem mais criatividade com estandes maiores e mais bem elaborados.
Corredores mais espaçosos proporcionaram mais conforto ao público visitante, com menos tumulto, então a feira está muito mais profissional, semelhante as exposições internacionais de grande porte.
Esse ano foi o maior investimento da Jalles Machado em um estande de 30 metros, personalizado, onde a empresa mostrou os nossos produtos como também divulgou as ações de responsabilidade socioambiental.
A empresa exporta 60 mil toneladas de açúcar orgânico para mais de 25 países como Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia, movimentando US$ 50 milhões/ano
DV – Atualmente a Jalles Machado é a maior exportadora brasileira de açúcar orgânico? Quanto embarca em volume e receita?
Lucas Galdioli – A empresa exporta para mais de 25 países, como os Estados Unidos (maior mercado mundial), seguido de perto do Canadá e estamos muito bem posicionados em toda a Europa – como a Alemanha, França e demais países.
Também vendemos para China, Japão e Coréia do Sul, onde enxergamos um grande potencial de desenvolvimento na Ásia, porque é um mercado muito consumista, mas para isto precisamos disseminar a cultura do orgânico. Ou seja, é um trabalho de conscientização via marketing e comunicação que nós, produtores de orgânicos, precisamos fazer em diversos mercados.
Hoje, exportamos em média 70 mil toneladas de açúcar orgânico para o mercado internacional, o que gera aproximadamente US$ 50 milhões/ano.
DV – A companhia exporta açúcar convencional? Quanto produz?
Lucas Galdioli – Não, nós não exportamos, embora a empresa seja uma grande produtora. A diferença é que hoje operamos apenas no mercado brasileiro com toda a nossa produção de açúcar convencional com a marca Itajá, empacotada em embalagens de 1, 2 e 5 kg.
A Jalles Machado produz um volume anual de 260 mil toneladas de açúcar, sendo 60 mil t é de açúcar orgânico. Podemos estimar que 25% da produção total é direcionada ao mercado orgânico.
DV – E no mercado interno, como o açúcar orgânico Itajá está posicionado? Em que praças a marca é comercializada?
Lucas Galdioli – Iniciamos o trabalho no mercado interno há quase dois anos, enquanto exportamos há quinze anos. Ou seja, começamos de ‘trás para frente’, de fora para dentro. Acontece que o mercado brasileiro ainda não tinha um potencial tão grande e está começando a se desenvolver há alguns anos, além do fato de que estamos numa região logisticamente não muito privilegiada o que dificultava fazer este trabalho.
Neste sentido, o nosso objetivo é desenvolver o mercado varejista nacional, muito voltado para o mercado paulista nas grandes redes do estado de São Paulo e Rio de Janeiro, além de Minas Gerais e o Centro-Oeste (principalmente Goiás e o Distrito Federal).
DV – Qual a meta da Jalles Machado para crescer no mercado de orgânicos? Novos lançamentos?
Lucas Galdioli – Aqui na Bio Brazil, nossa estratégia foi desenvolver novas parcerias, tanto logística, comercial – vendas, representantes, distribuidores – porque pretendemos até o final de 2018 estar presente geograficamente em todo o mercado nacional.
Isto porque a meta definida em nosso planejamento estratégico é estarmos nos próximos cinco anos no ranking entre as três maiores empresas orgânicas do Brasil, não somente no açúcar mas em outros produtos.
Começamos com a linha de geleias, mas até o final de 2018, estamos no ‘forno’ com cinco novas linhas da marca Itajá para lançarmos: café em cápsula, granola e uma novidade que é outro produto orgânico extraído da cana de açúcar uma linha de cookies orgânicos.
DV – A produção será própria ou terceirizada nessas novas linhas?
Lucas Galdioli – A ideia é trabalharmos das duas maneiras, ou seja, produção própria e terceirizada. Produtos cuja matéria prima seja o açúcar, vamos tentar ‘trazer para dentro de casa’, mas nossa atuação vai ser mais forte com a terceirização com parcerias duradouras.
Em breve teremos muitas novidades no mercado de orgânicos.
SOBRE O GRUPO JALLES MACHADO
DV – Quem é a companhia, o que produz e como opera no mercado?
Lucas Galdioli – A empresa é um grupo empresarial com duas usinas de cana em Goianésia, Goiás. A primeira unidade, Jalles Machado, foi fundada em 1981, com 37 anos de história e produz etanol hidratado (combustível para carros) e anidro (mistura para gasolina).
Já a unidade Otavio Lage implantada há seis anos produzia até 2016 somente etanol hidratado e cogeração de energia elétrica (queima do bagaço da cana), e em abril de 2017 (*), inauguramos uma fábrica de açúcar para aumentarmos nossa capacidade de produção.
O leque de produtos da companhia: álcool etanol hidratado, álcool anidro, energia elétrica, açúcar convencional, açúcar orgânico, levedura (complemento para nutrição animal), saneantes (álcool para uso doméstico, hospitalar, laboratórios e hotéis, envasados em embalagens de 1 e 1/2 litro, líquido e gel) da marca mãe Itajá e que são muito fortes no mercado paulista profissional.
O grande desafio do grupo desafio em 2017 foi a de quintuplicar a nossa fábrica de álcool doméstico e duplicar a indústria de açúcar atuando fortemente no varejo paulista e nacional.
A nossa ‘bola da vez’ que será o carro-chefe para desenvolvimento do mercado nacional é a linha de orgânicos e a de saneantes para varejo. De Goiás para o mundo e para o Brasil.
DV – Qual o balanço da empresa com um todo e a sua projeção para este ano?
Lucas Galdioli – Para a Jalles Machado, vivenciamos uma safra (abril 2016/março 2017 e abril/2017 a março/2018) muito problemática para o mercado de açúcar em geral, não apenas o orgânico. Os preços praticados estiveram abaixo da média dos últimos anos, ou seja, foi um momento muito crítico para o setor, mas mesmo diante deste cenário aumentamos a nossa receita em relação ao ano anterior.
Isto porque a companhia está sempre investindo em aumento de produção e produtividade, assistência agrícola e industrial, o que proporcionou aumento da receita da empresa em geral. Se o mercado estivesse com os mesmos preços das safras anteriores e o volume produzido, nosso faturamento teria crescido 20 a 30%. Mas, infelizmente, o mercado não ajudou.
Falando especificamente do açúcar orgânico, contabilizamos uma elevação de mais de 30% da nossa receita no mercado nacional. Aumentamos o volume de produção e massivamente o atendimento geográfico a novos clientes e novas regiões. Esta conquista foi fruto de um bom trabalho e não só pela osmose do crescimento do mercado.
Já no mercado internacional, a companhia também cresceu pela elevação da produção comercializada e o aumento da cotação do dólar.
Nossa expectativa agora é melhor nesta safra que se inicia (abril 2018/março 2019), seja boa, de eficiência, produtiva e industrial. Estamos torcendo por preços melhores, apesar de que o cenário não é muito promissor.
Principalmente quando falamos das commodities da cadeia produtiva do açúcar e etanol, mas acreditamos que possamos recuperar as cotações de preços nos próximos meses e fechar com balanço positivo esta próxima safra.
O faturamento da Jalles Machado no ano-safra (2017/18) foi de cerca de R$ 900 milhões e temos a expectativa como os nossos volumes e preços esperados de uma receita de R$ 1 bilhão no período 2018/19. Em 2016/17 girou em torno de R$ 810 milhões, sendo que deste total, a área de produtos orgânicos representa 10% dos negócios, (R$ 81 milhões), ou seja, movimento de muita empresa de médio porte.
Importante salientar que este segmento – açúcar e outros produtos orgânicos – vem crescendo no faturamento no grupo e tem muitas possibilidades tanto no mercado interno como externo.
DV – Quantos funcionários possui a empresa e como opera a equipe comercial?
Lucas Galdioli – O grupo possui ao redor de 3,5 mil funcionários, chegando a quatro mil na época de safra nas duas usinas e fábricas. Já a equipe comercial é pequena porém muito eficiente. Gerencio dez funcionários altamente especializados voltados para os diferentes mercados de todas as unidades de negócios da Jalles Machado (etanol, anidro, energia elétrica, açúcar orgânico, saneantes, mercado internacional etc), além dos representantes comerciais no Brasil e no exterior.
Ações socioambientais
A Jalles Machado tem focado compromisso com a sustentabilidade, valorizando os colaboradores, adotando práticas para mitigar os impactos negativos da atividade econômica, preservando o meio ambiente e contribuindo para o desenvolvimento da comunidade.
Neste sentido, o grupo possui um comitê social, formado por colaboradores de todas as áreas, que é responsável por desenvolver ações socioambientais com colaboradores e comunidade.
Ações educativas e culturais
Em 1996 foi criada a Fundação Jalles Machado, que mantém os seguintes projetos de incentivo à educação, cultura e informação:
- Escola Luiz César de Siqueira Melo (1996) cujo objetivo é formar cidadãos críticos e conscientes, capazes de agir nas transformações da sociedade e frente aos desafios do mundo moderno. A instituição proporciona aos filhos dos colaboradores da empresa e crianças da comunidade acesso igualitário a uma educação de qualidade. Também desenvolve atividades culturais e esportivas. Atualmente a escola atende cerca de 450 alunos do Jardim ao 9º ano.
- Rádio Itajá FM, uma emissora educativa, com foco na veiculação de informação e conteúdo de qualidade que tem a participação da comunidade para contribuir com a formação de cidadã
- Concurso de Redação Dr. Otávio – Construtor de Sonhos para incentivar a leitura e escrita, com prêmios para estudantes e professores, além de uma bolsa de estudos ao vencedor.
- Projeto Educação para o Trabalhador desenvolvido em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI) para proporcionar que os funcionários possam estudar e oferece desde a alfabetização até a conclusão do Ensino Médio, com carga horária compatível com o do trabalhador.
- Educação Profissional para o desenvolvimento dos funcionários e pessoas da comunidade junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Sindicato Rural de Goianésia, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Instituto Tecnológico de Goiás Governador Otávio Lage (ITEGO).
- Programa de Visitas Técnicas para educação ambiental de estudantes de todos os níveis do município de Goianésia/GO.
- Patrocínios e doações para instituições filantrópicas e ações socioambientais da comunidade. O Projeto Sabores da Terra, da Associação de Mulheres de Souzalândia, é um deles. A empresa fornece a cana para que a Associação possa produzir derivados, como rapadura, açúcar mascavo, doces, etc.
Mais informações: Jalles Machado
(*) Diário da Manhã sobre Otavio Lage pelo jornalista Wandell Seixas