Como se sabe, o isopor junto com o plástico são dois vilões do meio ambiente. O uso excessivo de embalagens com estes materiais para carnes, queijos, frios e hortifruti em geral vem crescendo a cada ano.
Além de rechear as prateleiras e os lixões com bandejas de poliestireno expandido ou EPS, na sigla em inglês, o popular isopor é um material oriundo do petróleo com grande impacto ambiental. A grande questão é que dificilmente pode ser reciclado e, se jogado fora, demora centenas de nas para se decompor.
Com objetivo de amenizar este impacto ambiental, as redes brasileiras Pão de Açúcar e Extra, do grupo GPA (pertencente à companhia francesa Casino), anunciaram dia 26/4 a substituição integral (100%) das bandejas de isopor utilizadas em frutas, legumes e verduras das marcas Taeq e Qualita para uma solução 100% biodegradável.
Atualmente o Grupo Pão de Açúcar utiliza 600 mil bandejas/mês com isopor (poliestireno expandido), PVC, PET e outros plásticos para comercializar frutas, legumes, verduras e ovos em todo o país.
A nova embalagem, produzida a partir de tecnologia desenvolvida pela Tamoios Tecnologia, com caixas de celulose e amido.
Segundo comunicado do grupo varejista, o material é livre de petroquímicos, aditivos tóxicos e inteiramente biodegradável. Quando for descartada, a nova embalagem levará até seis meses para se decompor, diminuindo assim, o descarte de resíduos no ambiente.
A mudança começa a ser implantada em maio no segmento de orgânicos Taeq comercializados nas redes Extra (super, hiper e Mini Extra) e Pão de Açúcar (supermercado e Minuto) do estado de S.Paulo e nos e-commerces.
O objetivo da companhia é que após a avaliação do uso inicial da tecnologia, as duas redes substituam as bandejas nos demais itens e lojas do grupo. Até maio de 2020, a expectativa é de que todas as bandejas de frutas, legumes e ovos das marcas Qualitá e Taeq serão produzidas com a nova tecnologia.
Menos embalagem para bananas orgânicas
O grupo também anunciou que sua linhas de ovos de galinha, antes comercializadas em bandejas plásticas, serão migrados para a mesma solução da embalagem de caixa de celulose com amido.
Já a segunda novidade será para as bananas orgânicas do grupo, que passarão a ser vendidas em uma cinta que garante suas especificações e a legislação de orgânicos, porém, consumindo menos embalagem.
“Começaremos com nossas marcas exclusivas e esperamos que isso sensibilize e estimule a adesão de demais marcas e produtores para a substituição de suas embalagens por opções biodegradáveis”, comenta Susy Yoshimura, diretora de sustentabilidade do grupo.
Uso do plástico e o problema do isopor
No Brasil, segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular, sem qualquer tipo de tratamento, em lixões a céu aberto. Outros 7,7 milhões de toneladas são destinadas a aterros sanitários. E mais de 1 milhão de toneladas sequer são recolhidas pelos sistemas de coleta.
O isopor é um material que, em razão de sua composição (98% de ar e 2% de plástico) é pouco aproveitado para a reciclagem e inclusive já possui restrições ao seu uso em alguns lugares do mundo, como em Nova York, Vancouver, Jamaica e Fernando de Noronha.
Caso seja descartado incorretamente no meio ambiente, provoca diversos prejuízos, tanto se queimado (emitindo gases tóxicos e poluentes) levando centenas de anos para se decompor como quando excluído, se quebrando em micropartículas que contaminam o solo e os recursos hídricos.
O material contribui fortemente para a chamada “sopa-plástica” que flutua nos oceanos e vai parar em diversas correntes, praias e ilhas do litoral, sendo frequentemente ingeridos por aves e animais marinhos.
Fonte: GPA, Ciclo Vivo e Conexão Planeta