Consumidores tornam-se parceiros da agricultura familiar

“Ter e fazer parte de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura dá um sentido diferente na relação entre o consumidor e o produtor”, diz Andrea Zimmermann, da CSA Toca da Coruja. Foto: Divulgação

 

Uma nova forma de cultivar e comercializar produtos orgânicos e agroecológicos vêm fazendo sucesso em diversas regiões do Brasil, como a interessante experiência no Distrito Federal exibida pela reportagem da TV Nacional do Brasil (*) que o  Diário Verde repercute. 

A ideia é firmar parcerias direto entre produtores e consumidores, uma cadeia produtiva inovadora que vai do plantio até a gestão e distribuição de alimentos. Leia abaixo e assista o vídeo.

 

Trata-se de uma proposta das comunidades para sustentar a agricultura orgânica. As Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSAs) colhem frutos por onde passam,  e hoje já contabilizam mais de 70 unidades espalhadas pelo país,

A iniciativa é originária da Alemanha, no final do século 19, e basea-se no conceito de Agricultura Solidária, ou seja, a CSA se apoia em uma parceria mútua entre quem planta e quem consome.

Somados a este princípio, estão a produção orgânica e o escoamento de alimentos de forma direta.

Internacionalmente conhecido pelo nome Community Supported Agriculture, o conceito reverberou no Fórum Mundial de Porto Alegre de 2011. No mesmo ano, foi criada a CSA Brasil, que deu início à formação e à divulgação da proposta.

Hoje, as CSAs estão presentes em oito estados  – Amazonas, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e no DF – onde já foram contabilizadas, pelo menos, 21 Comunidades que Sustentam a Agricultura.

As agitadoras do movimento em Brasília, Fabiana Peneireiro, Renata Navega e Andrea Zimmermann (foto acima) organizaram a primeira palestra sobre o assunto no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), em 2014.

 

Financiamento coletivo e corresponsabilidade na produção agroecológica

 

Para fazer parte de uma CSA, há uma relação de parceria e confiança entre os participantes.

De um lado, o agricultor levanta seu custo anual, ou semestral, tais como: impostos, custo com água, transporte para entrega, adubo orgânico, etc.

Do outro lado, os membros da comunidade assumem o financiamento coletivo da produção.

Dessa forma, o agricultor assume o compromisso de uma produção agroecológica necessário ao consumo próprio e das famílias que fazem parte da CSA.

E, como não há consumidor, e sim coagricultor, os demais membros assumem uma postura ativa e não passiva diante da produção e da colheita.

São distribuídas tarefas para que os coagricultores se responsabilizem pelo funcionamento da comunidade. Entre algumas tarefas estão: administrar as finanças, ajudar na comunicação e auxiliar na montagem das cestas de alimentos.

 

Quer saber mais:

Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário

CSA-Brasília

Sustentável na Prática-Toca da Coruja-Brasília

(*) Conhecida pela sigla NBR, também chamada de TV NBR

 

CONFIRA A ÍNTEGRA DA REPORTAGEM