Após ser criticada pela maneira como divulgou a operação Carne Fraca na última sexta-feira, a Polícia Federal divulgou nota conjunta com o Ministério da Agricultura na terça-feira (21/3, à noite) em que agora nega um “um mau funcionamento generalizado” no sistema de fiscalização sanitário e afirma que as irregularidades verificadas foram “pontuais”. A informação é das Agências Brasil e Reuters.
Segundo a Reuters, Carne Fraca foi criticada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e até mesmo pelo presidente Michel Temer, que afirmou que o “alarde” provocado pelas investigações gerou “embaraços” ao comércio internacional do Brasil.
A operação, que apontou a adulteração de produtos por frigoríficos –como a adição de produtos químicos para mascarar carne estragada–, assim como a corrupção de servidores responsáveis pela fiscalização, também foi criticada por associações do setor de carnes e por empresas citadas pela PF, como a BRF e JBS.
“Embora as investigações da Polícia Federal visem apurar irregularidades pontuais identificadas no Sistema de Inspeção Federal (SIF), tais fatos se relacionam diretamente a desvios de conduta profissional praticados por alguns servidores e não representam um mal funcionamento generalizado do sistema de integridade sanitária brasileiro”, afirma a nota conjunta, de acordo com a Reuters.
Repercussão negativa
Desde a deflagração da Carne Fraca, o governo federal reagiu argumentando que as fraudes representam um “fato isolado” e que a inspeção brasileira é “forte, robusta e séria”, segundo a Agência Brasil.
Em um gesto para mostrar que não há preocupações generalizadas, o presidente Michel Temer se reuniu com embaixadores estrangeiros em uma churrascaria, no último domingo (19/3), após apresentar números de que a operação atingiu apenas 33 dos 11 mil funcionários do Ministério da Agricultura.
A Agência Brasil acrescenta ainda que, na tarde da terça-feira (21/3), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) também fez críticas à operação.
De acordo com a entidade, as afirmações sobre “dano agudo à saúde pública” que vieram à tona nos últimos dias “não se encontram lastreadas pelo trabalho científico” dos peritos da corporação.
Mais informações: Agência Brasil e Reuters