O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, declarou nesta segunda (20/3)) que seria um “desastre” a restrição à carne brasileira pelo mercado internacional. Até o momento, a União Europeia, a Coreia do Sul, a China e o Chile oficializaram a suspensão das importações do produto brasileiro. Os países aguardam esclarecimentos do governo brasileiro sobre a Operação Carne Fraca, deflagrada sexta-feira (17) pela Polícia Federal.
“A restrição seria um desastre. Com toda certeza, um desastre, porque a China é um grande importador nosso. A Comunidade Europeia, além de ser o nosso segundo ponto de importação, é também o nosso cartão de visitas”, ressaltou o ministro, em entrevista à imprensa.
Segundo a denúncia da Polícia Federal, o esquema criminoso envolve empresários do agronegócio e fiscais agropecuários que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo.
“Quem vende para Europa vende para muitos países que, muitas vezes, nem pedem fiscalização nossa, pois sabem que temos um sistema bom. Eu torço, eu rezo, eu penso, eu trabalho para que isso não venha a acontecer”, disse Maggi.
O ministro anunciou a suspensão da licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação na operação, mas afirmou que continuará a permitir a venda dos produtos no mercado interno.
Em reunião via teleconferência na noite desta segunda-feira, o governo brasileiro pretende esclarecer os questionamentos das autoridades sanitárias chinesas. No momento, o país tem restringido o desembaraço de contêineres dos portos chineses, ou seja, a saída dos produtos em direção aos mercados consumidores. “Esperamos que, com essa conversa da noite, conseguir minimizar essa questão que a China colocou”, disse o ministro.
Mais informações as medidas e esclarecimentos do Mapa aos importadores: Ministério suspende exportação de 21 frigoríficos
Ministério da Agricultura exonera superintendentes do Paraná e de Goiás
Portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) exonerou de cargos comissionados os superintendentes federais de agricultura, pecuária e abastecimento do Paraná, Gil Bueno de Magalhães; e de Goiás, Júlio César Carneiro. Na sexta-feira (17), depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, o governo anunciou o afastamento de 33 servidores suspeitos de envolvimento nas irregularidades investigadas.
Segundo a PF, o esquema envolvia servidores das superintendências regionais do Ministério da Agricultura nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás. Os investigadores informaram que eles atuavam diretamente para proteger grupos de empresários em detrimento do interesse público.
Mais informações: Agência Brasil